DISCURSO
PROFERIDO PELO CEL PM LUIZ FRANKLIN GADELHA FILHO NA SOLENIDADE DE
PASSAGEM DO COMANDO GERAL AO CEL PM JOSEMAR TAVARES CÂMARA, EM 29JAN99.
“Exm°
Sr.Governador do Estado, Dr. Garibaldi Alves Filho, na pessoa de quem
cumprimento as demais autoridades, civis, religiosas e militares, aqui
presentes ou representadas. Meus Comandados: Começo a minha oração de
despedidas e de agradecimentos, repetindo as palavras do Imortal da
Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, Osvaldo Lamartine de Farias, que
em um dos seus belos discursos, refletindo sobre as ações dos grandes
personagens públicos, diz : " Cada homem que passa deixa para as
gerações vindouras, sementes, mudas ou árvores plantadas do seu
trabalho. É a herança que recebemos dos que dobram a curva da estrada."
Esta é uma solenidade que confunde alegrias com saudades, vitórias com
preocupações, desafios com resultados, sonhos com despedidas. E ela é
assim porque além de ser a solenidade de assunção de Comando, também é o
momento de minhas despedidas, pois, considerando que a missão está
cumprida e diante das circunstâncias, optei por ser transferido para a
inatividade, após, completar mais de 31 anos de dedicados serviços à
Polícia Militar, esta organização maravilhosa que me acolheu, ainda na
juventude e me projetou também como um homem público, que me ensinou
valores e moldou o meu caráter. Sob as bênçãos de DEUS, transcorridos
apenas um ano e cinco meses do dia em que assumi o Comando, honra-me,
transmitir o cargo de Comandante-Geral ao Sr. Cel PM Josemar Tavares
Câmara, oficial que em muitos momentos esteve ao lado do
Comandante-Geral partilhando de suas ações e decisões e que tenho
certeza fará um comando bem mais feliz e tranqüilo do que o meu. Foi um
período difícil. Quando já estava desfazendo os meus projetos, disposto
a me transferir para a inatividade, fui alçado ao Comando da
Corporação, em momento de desafios e de crises para integrando o
elevado escalão de Governo, empenhar o meu trabalho e meu nome na busca
de soluções dos problemas que afligiam a Corporação e a segurança
pública. Assumi, assim, durante um ano e cinco meses, a
responsabilidade de superar problemas administrativos, disciplinares e
operacionais, o que hoje me leva a dizer, que fiz em minha vida
profissional um grande sacrifício pela Polícia Militar e seus
integrantes, pelo Povo do Rio Grande do Norte e seu Governo, em
detrimento do apoio a minha família e até de outras oportunidades
melhores. Embora tenha consciência de que nesse curto período de tempo
foi realizado um trabalho de grande envergadura, reconhecido pela
sociedade, pelos que fazem a área da Segurança Pública e pela mídia,
tenho certeza que diante do quadro de carências, em verdade, do atraso
em que a Polícia Militar se encontrava, sou levado a admitir que para
nivelar esta Corporação as melhores polícias do País, ainda há um longo
caminho a percorrer, que exige permanente apoio do Governo e muita
competência. Nenhum outro comandante enfrentou em curto período de
tempo, tantos obstáculos, desafios, trabalhos e crises. Posso dizer que
meu comando foi caracterizando pela administração de crises. A crise
das Polícias Militares, com desdobramentos, políticos e disciplinares
que, ameaçava atingir o Rio Grande do Norte, as crises desencadeadas
pela questão dos transportes alternativos, as crises no Sistema
Prisional da Capital que exigiu inúmeras preocupações, as crises
geradas pelo MST, as crises dos saques, fruto do estado de calamidade,
decorrente da seca, a crise dos salários dos policiais militares, a
crise de insegurança ditada em 1997 por elevada onda de assaltos a
bancos, além do Processo Eleitoral de 1998.Em meio a essa conjuntura,
impunha-se a minha pessoa a grande responsabilidade de em mares
revoltos, manter o barco equilibrado e no rumo certo. Hoje, contemplando
o percurso feito, posso com muita honra dizer que trouxe paz a
Corporação e também ao Rio Grande do Norte, fazendo com que todas as
crises surgidas no período de agosto de 1997 até o presente, fossem bem
resolvidas, sem deixar seqüelas e marcas a revelar atuação policial
omissa ou precipitada. Contrariando os adeptos da polícia violenta,
avessa as questões de cidadania, que tantos erros cometeu em outros
momentos, optei pela técnica do Gerenciamento de Crises, que exige
especialização e habilidades para superar, com o mínimo de uso da força,
os grandes conflitos, levando sempre em consideração as normas sobre
direitos humanos. Também inovei sobre o emprego institucional ao
introduzir a doutrina de PROTEÇÃO E SOCORRIMENTO PÚBLICOS, para melhor
conscientizar os policiais acerca da atuação voltada para atender as
generalizadas carências de segurança dos cidadãos e das comunidades.
Poucas foram as criticas sobre a atuação policial nos grandes conflitos,
pois, o sucesso policial em verdade, não é objeto de grandes
comentários. Não é possível esquecer que em agosto de 1997, a Polícia em
vários locais do Rio Grande do Norte, já não dispunha de
credibilidade. Nas cidades de Alexandria, Apodí, Caraúbas, Mossoró,
Campo Grande, Assú, Pau dos Ferros e João Câmara, a população exigia
mudanças, pois a Polícia havia se tornado operacionalmente ineficaz.
Faltava-lhe: fardamento, recursos para suprimento de fundos das
Unidades Operacionais, armamento, munição, equipamentos de proteção e
de segurança, viaturas e um déficit de pessoal da ordem de 2.500
policiais militares, instalações físicas adequadas, tudo isso a
comprometer o aprestamento, cujo quadro ensejava baixíssima
produtividade, com grave prejuízo dos aspectos motivacional e moral.
Também, a falta de incentivos e de apoio social aos policiais militares
e inúmeras mudanças no ordenamento jurídico das polícias militares,
prenunciava um quadro gravíssimo de preocupações. Esse quadro
sinalizava uma conjuntura de desencontros, levando a rumos incertos e
perigosos. Cordato com o Policiólogo, Cel PMMG Alcino Lagares Cortes,
que no seu livro Sociedade Sem Violência, afirma: “Nasce um Estado
quando os homens organizam e institucionalizam a segurança da
coletividade”., de imediato, refiz meu Plano de Comando, definindo as
políticas, diretrizes, metas e objetivos, o que me levou a buscar o
apoio da sociedade, através do Pacto Pelo Desenvolvimento e Fórum
Empresarial, da Universidade Regional, Correios, Caixa Econômica
Federal, Banco do Brasil, Governo do Estado e Prefeituras. Mesmo
sabendo que assumia os destinos da instituição, com déficit
orçamentário, que implicava em dívidas junto a CAERN, 12(doze) anos em
atraso, COSERN, 03(três) meses, e fornecedores perfazendo um total de
cerca 990.188,00 (novecentos e noventa mil, cento e oitenta e oito
reais), e que essa realidade representava grandes dificuldades a
enfrentar, principalmente, quanto à disponibilidade de recursos para
revitalizar as atividades operacionais, não me intimidei, pois a
instituição pelo seu caracter de essencialidade, não poderia se render a
essa situação, advinda de problemas financeiros verificados em outros
momentos. Busquei e encontrei na Secretaria de Segurança a solução para
a infra-estrutura operacional, o que ocorreu através do plano de
Reequipamento de Material, diretrizes de emprego e outras ações de
apoio. Conforme já é do conhecimento do novo Comandante-Geral, a
situação financeira da Polícia Militar melhorou. Era preciso gastar
menos e fazer mais. Era preciso ser mais que eficiente. Era preciso ser
eficaz. Premido por todos os fatores adversos podemos neste momento,
comemorar resultados significativos, tais como: a) na área de pessoal:
recompletamento de parte do efetivo com 1.000 novos soldados e mais uma
turma do Curso de Formação de Oficiais; realização, a título de
ascensão profissional, de 120 promoções de oficiais e mais de 500
promoções de praças; reforço de efetivo para as Unidades Operacionais
de Mossoró, Caicó, Caraúbas, Pau dos Ferros, Alexandria, Patu, Currais
Novos, Assú, Apodí, Goianinha, Parnamirim, Santa Cruz e Natal;
modificação na legislação para adequar os casos de promoções por
bravura, edição do Manual de Cidadania e Código de Ética, Regimento
Interno da Comissão de Promoção de Oficiais b) na área de ensino e
instrução: Curso de Formação de Soldados integrado por 98 formandos;
Curso de Formação de Sargentos integrado por 99 formandos; Estágio de
Habilitação de Cabos; Estágio de Habilitação de Sargentos; Curso de
Direitos Humanos e Direito Internacional Humanitário, integrado por
oficiais da PMRN, PMCE e PMPB; Curso de Operações Especiais, para
formação de 7(sete) Grupos de Operações, destinados ao interior; Curso
de Equitação para Cavalaria; Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais
integrado por 39 formandos. Curso de Especialização em Segurança
Pública e Cidadania, a nível de pós-graduação com 15 integrantes, 2° do
gênero no País, c).Área De Apoio Logístico: Projeto Reequipamento:
Fornecimento pela SSP, do seguinte material : 32.000 cartuchos, 650
armas modernas (Metralhadoras, Revolveres, Carabinas, Carabina Puma,
Fuzis Parafal 5.56), Material de Operações (escudos, coletes a prova de
balas, algemas de pulso, capacete antitumulto, escudos de
policarbonato), Material de Comunicações (estações fíxas e móveis,
baterias, Handie-Talk), 128 viaturas (Volswagem Gol, Buggy Selvagem,
Volkswagen Kombis, Micro-ônibus Mercedez Bens, Camioneta Chevrolett
Silverado, Blazer, Volkswagen Santana, Veículos Topic, Wolkswagen
Parati, Autoplataforma de Salvamentos. Pintura de 230 veículos,
adaptados no novo padrão. Através de Parcerias com outras instituições:
duas máquinas de recarga de munição, material de comunicação,
equipamentos fax, rádios HT SP Motorola, Circuito de vídeo interno
Magnvox, linhas telefônicas para Currais Novos, Goianinha, Nova-Cruz,
Caraúbas, Assu; Material de Informática: elaboração do Plano de
Informatização, com aquisição de 22 computadores, impressoras, No
break, Skaneer e Informatização do COPOM, hoje, interligado ao
Ministério da Justiça, através do Cinarme, Renavan e Cadastro de Pessoas
Procuradas. Viaturas (04 Volkswagen Gol, 02 Ônibus Mercedes-Benz, 02
Motocicleta Honda, 02 Reboques Transanimal. Eqüinos 14 eqüinos. Material
Técnico de Ensino ( 01Equipamento de Som, 01 Equipamento TV, Programa
Vídeo instrução, distribuído com 14 unidades. Material para Serviço de
Inteligência: (02 mini-gravadores; 01 filmadora 02 máquinas
fotográficas. Material Médico-Hospitalar: aquisição de aparelho
ultrassongráfico para o HCPG .Recuperação de 14 Veículos. Material de
Intendência .Projeto Renovação de Uniformes em 1997, foram adquiridos
4.750 uniformes e em 1998 mais 3.150 uniformes; 170 pneus e outros
itens. d)Área Organizacional : a Companhia de Policia de Proteção
Ambiental e de Apoio ao Turismo, a 4a CPM/2°BPM na cidade de Assu,
Companhia de Policia de Procedimentos Especiais para a Segurança da
Penitenciária de Alcaçuz e Litoral Sul, 4° Pel da 2a CPM/2BPM, na cidade
de Pedro Velho e 3° Pel da 2a CPM/2°BPM em Caraúbas, Grupo de Policia
Montada no 2°BPM, sediado em Mossoró e 07(sete) Grupos de Operações nas
cidades de Mossoró, Assu, Patu, Pau dos Ferros, Alexandria, Caicó e
Nova-Cruz. Instalações de PM Box na Av. Bernardo Vieira, Praça
Aristófanes Fernandes e na Orla de Ponta Negra. d)Reformas e adaptação
de instalações físicas : foram adquiridas instalações físicas para
reinstalação do Pelotão PM na cidade de Caraúbas; reformas e adaptações
na sede da 4a CPM/2°BPM em Assu, construção das instalações físicas do
Grupo de Polícia Montada em Mossoró, conclusão das reformas nos
refeitórios de Oficiais e Sargentos no QCG, reforma nas instalações da
Diretoria de Finanças, Diretoria de Ensino e de Pessoal; reformas na
Banda de Música; Adaptações de instalações e reformas em dependências da
Academia e Corpo de Bombeiros; Pintura de áreas do Hospital Central
Pedro Germano Costa, Construção do Auditório Dr. Silvio Pedroza,
reformas nas instalações físicas da Banda de Música; Pequenas reformas
no Complexo Policial da Zona Norte: Construção de Palanque no Parque
hípico do CPN; reserva de material de Material Bélico; Construção
Gabinete Cmt do 1ºBPM reformas instalações do 4ºBPM e adaptação de
instalações para Assessoria de Informática f)Área De Apoio Social:
criação da Comissão de Habitação destinada a elaborar e implantar o
Projeto de Habitação; elaboração do Projeto de habitação "Nosso Lar",
destinado a construção de 1000 casas para policiais militares; Programa
do Policial Padrão, destinado a valorizar os melhores policiais
militares. g)Área de Finanças: pagamento de dívidas em atraso, tais
como: 12 a CAERN 03(três) meses junto a COSERN e fornecedores. Aumento
dos repasses de Suprimento de Fundos para as OPM do interior, que se
antes recebiam valores trimestrais ínfimos, passaram com acréscimos, a
serem remetidos mensalmente. Para se ter uma idéia, em 1998, foram
repassados ao interior, R$ 503.287,24 (Quinhentos e Três mil, Duzentos e
Oitenta e Sete reais e Vinte e Quatro Centavos), representando aumento
de 30%, em relação ao ano anterior, o que era indispensável para
alcançar maior desempenhos e resultados quanto aos índices gerais de
segurança. h)Desempenho Operacional: foi bastante ampliado. Foram
inúmeras operações de grande vulto, realizadas na Capital e interior,
destacando-se: Operação Fronteiras, Operação Verão/97, Operação
Carnatal/97, Operação Emergência em quase todo Estado, Operação
Eleições/98, Operação Carnatal/98, Operação Natalina. Operação Limpeza
em Agosto/97.Edição de novo Plano de Policiamento do Interior do Estado;
Revisão do Plano de Policiamento da Capital. I)Aperfeiçoamento
Institucional: a)elaboração e edição do Código de Ética da Polícia
Militar; b)elaboração e edição do Manual de Cidadania: c)criação da
Comissão de Estudos e acompanhamento de ocorrências poli ciais d)criação
da Comissão de Controladoria, destinada ao controle administrativo e
financeiro; e)elaboração e edição do Regimento Interno da Comissão de
Promoção de Oficiais. Com a intensificação do policiamento ostensivo em
todo o Estado, registro que a onda de violência, tipificada por
assaltos a bancos e homicídios, diminuiu e tão somente como exemplo,
registro a diminuição em 79%, no número de assalto a bancos em relação
ao período de 1997, que havia crescido 100% em relação a 1996 Muito foi
feito, porém muito mais há ainda que ser feito, pois a dívida social
do Estado com a segurança pública, considerada um dos direitos
consagrados no art.6º da Carta Magna do País, ainda é significativa.
Posso afirmar que os investimentos realizados pela Secretaria de
Segurança e também pelo Comando Geral, fizeram a Polícia Militar
apresentar hoje, um quadro bastante diferente daquele registrado
anteriormente. Por essa razão tenho a convicção que será mais fácil ao
novo Comandante realizar a administração e o emprego operacional, pois
em termos de aprestamento, efetivo, material, armamento, comunicação e
informática, a instituição muito evoluiu e modernizou-se. Também outro
aspecto a ser considerado é a qualificação de pessoal, que foi
insistentemente levada a efeito, através das programações de cursos de
âmbito interno tais como o Curso de pós-graduação em Segurança Pública e
Cidadania, além dos estágios, treinamentos e cursos em outras
Corporações, em que pese a questão motivacional, decorrente de outros
fatores. Diante do esforço empreendido, tenho a convicção de que os
momentos futuros a serem vivenciados pela Corporação e seu novo
Comando, serão melhores. Foram superados problemas logísticos e
estratégicos, o que enseja maior desempenho, em que pese, a crucial
questão dos claros ainda verificados no efetivo, com solução viável a
médio e longo prazos, o que impõe sobrecarga de trabalho, comprometendo
as vezes os atendimentos operacionais. Ainda existem dificuldades, que
o tempo e as limitadas condições de custeio e investimento não
permitiram soluções, tais como recuperação do Quartel da 4ª CIPM em Pau
dos Ferros, recuperação do Quartel localizado no distrito de
Macauzinho, construção de instalações físicas para o 4º BPM, na Zona
Norte da Capital e do 1º BPM, na APM-I. Mas, com certeza, o principal
desafio, será o de refazer o ordenamento jurídico da Corporação,
seriamente afetado, pelas reformas que atingem direitos, organização
básica, remuneração e garantias. Em meio as questões que permeiam as
atividades de Comando, ressalto que o Policial é a figura central da
polícia. Por seu entusiasmo, noção de responsabilidade, vontade de
acertar, vem, superando as dificuldades e credenciando a instituição
aos louros do sucesso. É de fato o homem a grande riqueza da
Corporação. Percebendo baixos vencimentos e não podendo Ter procura
Ser, e se impõe por suas qualidades. Ninguém mais do que eu conhece-os
tão profundamente, e por isso os admiro. Agem com firmeza e correção,
sem exorbitar o uso da força. Suportam com equilíbrio as críticas mais
injustas. Trabalham tendo como motivação o ideal. Realmente, merecem da
sociedade, do Estado e de todos os cidadãos respeito e reconhecimento.
Posso dizer que para minha pessoa foi uma grande honra comandá-los.
Aprendi muito convivendo com eles. Dividí com eles alegrias e
sofrimentos. Vitórias e derrotas. Aprendi junto com eles que é uma
honra servir e comandar a Polícia Militar do Rio Grande do Norte. Ao
deixar o Comando, tenho a impressão que levo muito mais do que deixo.
Levo a experiência de administrar a falta de recursos; internalizei a
humildade dos que muito realizam em troca de ingratidões e injustiças.
Contagiei-me com a satisfação dos que trabalham pelo dever cumprido,
sem outras pretensões. Ao entregar o Comando tenho a consciência de que
em nenhum momento, me faltaram coragem e determinação nas horas mais
difíceis. Apesar de tudo que se possa dizer e especular, publicamente
declaro que foi uma honra ter comandado a Polícia Militar e servido ao
Governo do Estado. Ao decidir sobre a minha transferência para a
inatividade, levei em consideração a família e a realidade futura.
Admito seria impossível a minha permanência no cargo, face as mudanças
em andamento, que de certo modo, geram preocupações, sinalizando a
imperiosa necessidade do reordenamento jurídico da instituição, com
reflexos sobre retribuição e direitos. Todavia, sem falsa modéstia, o
Plano de Comando elaborado abrangendo os objetivos, metas, diretrizes e
políticas de pessoal, saúde, apoio logístico, finanças, emprego
operacional, informações, relações públicas, ensino, instrução e
informatização, constitui em verdade, um plano de qualidade total,
suficiente para superar os problemas restantes que não puderam ser
solucionados no curto espaço de tempo que foi o meu comando. A Polícia
Militar essa instituição maravilhosa, de larga gama de atribuições no
que se refere à ordem pública, segurança do sistema prisional, defesa
civil, defesa social, prevenção e combate a incêndios, segurança
patrimonial dos próprios estaduais, segurança dos poderes públicos, e
defesa civil, além de intimamente interrelacionada com a própria
história do Estado, tudo se pede ou exige, implicando em que as vezes,
não disponha das condições para atender com presteza. Para cumprir seus
papéis, era preciso o apoio de outras instituições e pessoas, razão
pela qual, faço sinceros agradecimentos a todos que confiaram e
acreditaram na minha pessoa e na Corporação, especialmente, ao Banco do
Brasil, a Empresa Brasileira de Correios, a Caixa Econômica Federal
que apoiou o Projeto Nosso Lar destinado a construção e reformas de
imóveis, a Universidade Regional, as Prefeituras de Maxaranguape,
Nova-Cruz, Assú, Macau, Macaíba, Ceará-Mirim, Pedro Velho, Caraúbas, Pau
dos Ferros e Canguaretama, ao Fórum Empresarial, ao Pacto pelo
Desenvolvimento, ao SEBRAE, ao SINE, ao Gabinete Militar, aos Comandos
Militares da, Marinha, Exército e Aeronáutica, sediados no Estado, a
SOAMAR, a Petrobras, Infraero, Secretaria de Tributação, Secretaria de
Segurança Pública, Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Rodoviária
Estadual, Procuradoria Geral do Estado, ao Poder Judiciário, ao
Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Estado, ao Arcebispo
Metropolitano de Natal, A Associação Amigos da Polícia Militar que em
muito tem valorizado a instituição, a Ordem dos Advogados do Brasil, a
Comissão Estadual de Direitos Humanos, aos Comandos das Polícias
Militares da Paraíba, Ceará e Pernambuco, a Presidência do Conselho
Nacional de Comandantes-Gerais, A ADESG, a Auditoria Militar, Ministério
Público, a Empresa Simas Industrial, a impensa, com quem tive
amadurecido e sincero diálogo, aos oficiais, praças e funcionários
civis, a Câmara e Prefeitura Municipal de Natal, especialmente a DEUS
por tudo que me proporcionou. Enfim, a todos que direta ou indiretamente
contribuíram para o sucesso das ações do meu Comando. Sou por dever de
gratidão, reconhecido a todos, pois, sem o apoio recebido, muitos dos
resultados hoje apresentados, não teriam sido possíveis. Registro de
forma particular meu agradecimento ao Exmº Sr. Governador do Estado, ao
Exmº Sr. Secretário da Segurança Pública pela confiança na minha pessoa
ao nomear-me para o Cargo de Comandante-Geral, e mesmo sendo sabedor
do reconhecimento ao meu trabalho, peço desculpas pelas falhas que
tenha cometido. Também, agradeço publicamente a minha família que muito
contribuiu para o meu sucesso e que também muito se angustiou nos
momentos de dificuldades e incompreensões. Desejo ao novo
Comandante-Geral, Cel PM Josemar Tavares Câmara, que sob a iluminação
divina suas ações sejam as mais acertadas possíveis, que em todos os
momentos, possa o sucesso ser a marca das decisões do Comando e que ao
lado de seus digníssimos familiares, possa desfrutar de muitas alegrias,
de muita paz e saúde. Diante da proximidade de minha transferência
para a inatividade, quero me despedir de todos não apenas como
Comandante-Geral, mas, também como oficial e declarar de público a minha
gratidão à Polícia Militar e aqueles que ao longo do tempo,
contribuíram para minhas realizações pessoais, entre outros, os
companheiros de turma de oficialato, Comandantes, instrutores e mestres,
auxiliares e subordinados. Já se disse que não é o cargo que dignifica
o homem, mas, é o homem que dignifica o cargo. Tenho a certeza que ao
longo de minha vida profissional, dignifiquei os cargos que exerci,
especialmente o de Comandante-Geral, que em verdade, tornou-se acessível
e valorizado pela sociedade. Busquei o melhor relacionamento junto a
administração pública e outras instituições, o que gerou reconhecimentos
públicos, como a concessão dos títulos de cidadania conferidos ao
Comandante-Geral pelas Câmaras Municipais de Natal, Macaíba, Pau dos
Ferros, Assú e Mossoró, concessão de honrarias militares, concessão da
Comenda Djalma Marinho pela Câmara Municipal de Nova-Cruz, Destaque de
Personalidade do ano, pelo Trairí Club, Diploma de Honra ao Mérito
Comunitário, concedido por Comissão de Eventos Especiais, integrada por e
líderes comunitários além das homenagens de outras instituições como
Academia de Letras, Instituto Histórico e Geográfico e Maçonaria. Do
Livro Eclesiastes, emana esta grande lição de vida, como dádiva dos
céus.” Há tempo de nascer e tempo de morrer; Há tempo de plantar e tempo
de colher; Há tempo de calar e tempo de falar; Há tempo de guerra e
tempo de paz; Há tempo de chorar e tempo de alegrar-se.” As horas voam e
os anos correm céleres, implacavelmente. Fica a história, como sendo,
no dizer de Cícero, a luz dos tempos. Ela e somente ela julgará com
acerto os fatos que caracterizaram a minha trajetória de vida
profissional, as ações do meu Comando e o trabalho realizado. Este,
portanto, é o tempo de colher e de alegrar-se, pois, dei o máximo de
minha pessoa para engrandecer essa instituição, o Rio Grande do Norte e o
seu Governo. Por último, dirijo-me a todos os Policiais Militares para
dizer-lhes do meu reconhecimento pelo trabalho que realizam, e que
mesmo sujeito a incompreensões, injustiças e até traições, sejam leais
ao novo Comandante, ajudando-o de forma uníssona a superar as
dificuldades. Preservem a disciplina que é a arma da harmonia entre os
que fazem a instituição. Esmorecem-se na busca dos valores éticos e
morais, mesmo que as adversidades sejam aflitivas. Conservem a fé na
missão institucional. Insistam no aprimoramento profissional, de forma a
corresponder aos anseios da comunidade por uma polícia digna e cidadã.
Façam o impossível para amar, respeitar e preservar a instituição que
vos lego. Finalmente, posso dizer como apóstolo Paulo: Combati o bom
combate; completei minha carreira; mantive a fé. Fé em Deus que nos
momentos de solidão e adversidades, me concedeu forças, acima de minhas
possibilidades, para sendo humilde, não ser omisso, para sendo
Comandante, agir com correção e firmeza, legando pelo exemplo e ações a
motivação necessária ao cumprimento das missões. A todos o meu muito
obrigado. Natal, 29 de Janeiro de 1999. LUIZ FRANKLIN GADELHA FILHO, Cel
PM.”
Portaria nº 012/2000-DP, de 17 de janeiro de 2000).
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